Salvador, 10 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Secretaria de Cultura do Estado da Bahia celebra criação do Dia Nacional da Axé Music: “é nossa cultura pulsando”

A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia celebrou, nesta quarta-feira (6), a sanção da lei que institui o Dia Nacional da Axé Music, a ser comemorado anualmente em 17 de fevereiro. A assinatura foi realizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença de autoridades, artistas como Daniela Mercury, e representantes do setor cultural, a exemplo do secretário estadual de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, e da ministra da Cultura, Margareth Menezes.
A escolha do dia 17 de fevereiro remete à primeira vez em que o disco Magia, de Luiz Caldas, foi tocado durante o Carnaval de Salvador. O álbum é considerado um marco simbólico do surgimento do gênero, que naquele momento começava a ganhar espaço nos circuitos da folia baiana e a projetar-se nacionalmente. Fruto da fusão de ritmos como samba-reggae, ijexá, frevo e outras sonoridades afro-brasileiras, a axé-music se consolidou, ao longo das últimas quatro décadas, como uma das expressões mais representativas da cultura baiana e brasileira.
Na cerimônia, um dos temas discutidos foi a axé music como impulsionadora da economia criativa. O secretário Bruno Monteiro destacou a importância da data para a valorização da cultura da Bahia. “Celebrar o Dia Nacional da Axé Music é reconhecer a potência criativa e ancestral da Bahia. O axé é nossa cultura pulsando, é alegria, identidade, memória e futuro. Ao inscrever essa data no calendário nacional, reafirmamos que o ritmo baiano é patrimônio imaterial da nossa gente e do Brasil”, afirmou.
Ainda segundo Monteiro, a axé music ocupa um lugar central nas políticas públicas de cultura desenvolvidas pelo Estado.  “É um ritmo que se consolidou como uma das principais expressões da política cultural da Bahia. É parte essencial das ações de fomento e difusão artística promovidas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e suas entidades vinculadas. Diversas políticas públicas e editais têm valorizado artistas ligados ao axé, especialmente no que diz respeito à memória, à formação e à circulação musical.”
Ele destacou também que o reconhecimento federal da data reforça o trabalho contínuo de valorização da música baiana. “Este reconhecimento reafirma o axé não apenas como música de Carnaval, mas como um bem cultural estruturante, capaz de gerar pertencimento, renda e projeção internacional para a cultura baiana. A inclusão desta data no calendário nacional vai permitir uma maior divulgação nos sistemas de educação, por exemplo, garantindo que uma expressão cultural tão forte para a Bahia permaneça viva para as atuais e futuras gerações”, completou.
RECONHECIMENTO – A proposição da lei é de autoria da deputada federal baiana Lídice da Mata (PSB‑BA). O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano e teve a tramitação concluída no Senado Federal em julho. O parecer da Comissão de Educação e Cultura destacou o simbolismo da palavra “axé”, de origem iorubá, que significa “força”, “energia vital” ou “poder sagrado”, reafirmando a ligação com as religiões de matriz africana e com a identidade cultural afro‑baiana.
A sanção da lei ocorre no ano em que a axé music completa 40 anos de história, reforçando também sua relevância econômica. O gênero é protagonista do Carnaval da Bahia, considerado a maior festa de rua do mundo. Em 2025, a folia baiana atraiu mais de 3,5 milhões de turistas e movimentou cerca de R$ 7 bilhões na economia estadual. Apenas em Salvador, a festa gerou R$ 1,8 bilhão em volume financeiro, o que representa um crescimento de 63% em relação a 2024.
Setores como hotelaria, alimentação, comércio informal, transporte e entretenimento foram diretamente impactados. A ocupação hoteleira atingiu 94% na capital e chegou a 100% em regiões próximas aos circuitos. No interior do estado, a média foi de 91%. No segmento do entretenimento, o impacto foi ainda mais expressivo: o Carnaval de 2025 gerou R$ 1,8 bilhão em receitas com shows, blocos, trios elétricos e camarotes. Estima-se que mais de 250 mil trabalhadores temporários tenham sido contratados diretamente para o evento, com impacto indireto sobre outros 500 mil profissionais em áreas como segurança, logística, limpeza urbana, costura e produção cultural.

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