A cultura é vista como um importante vetor de desenvolvimento humano, inovação, fortalecimento de imagem institucional e crescimento econômico pelas médias e grandes indústrias da Bahia. É o que revela a Pesquisa de Demanda em Cultura, realizada pelo Instituto Consulting do Brasil em parceria com o SESI Bahia, que ouviu 144 indústrias de diversos segmentos no estado.
Segundo o estudo, 96% das empresas entrevistadas consideram a cultura uma ferramenta importante ou muito importante para o desenvolvimento humano e social. A mesma percepção é observada quando se trata da cultura como promotora de inovação e criatividade (98%), fortalecimento da marca (94%) e estímulo à economia criativa (95%).
A pesquisa teve como objetivo compreender a percepção do setor industrial sobre o valor da cultura, os modelos de investimento adotados, desafios enfrentados e como o SESI Bahia pode atuar como parceiro estratégico nesse cenário. “Esse levantamento é o primeiro passo do reencontro necessário entre a indústria e a cultura, entre o fazer artístico e a gestão estratégica, entre o propósito social e o investimento de valor. Que esses dados nos inspirem a construir novos futuros, em que investir em cultura signifique gerar impacto, fortalecer marcas, identidades e inovar com criatividade e propósito”, fala Joana Fialho, gerente do SESI Cultura Bahia.
Investimento em cultura: realidade e potencial
O levantamento mostra que 62% das indústrias já investiram ou apoiaram projetos culturais, sendo que 89% delas o fizeram prioritariamente na Bahia. O patrocínio direto é apontado como o principal mecanismo utilizado (32%). Porém, quando somadas leis de incentivo federais, estaduais e municipais, o percentual alcança 44%.
Quanto aos valores, 38% das empresas investiram até R$ 100 mil por ano, enquanto 22% destinaram entre R$ 100 mil e R$ 500 mil. A maioria (61%) apoia de dois a cinco projetos culturais anualmente, com média geral de cinco projetos por empresa.
As principais motivações para o investimento relatadas são: Responsabilidade social e desenvolvimento comunitário (25,8%), Valorização da cultura local e regional (19,1%) e Reputação e visibilidade institucional (15,7%).
Perfil e prioridades das empresas
A amostra da pesquisa contemplou 144 indústrias de médio (44%) e grande porte (56%), localizadas majoritariamente na Região Leste da Bahia (43%), com destaque para os setores da construção civil, química/petroquímica, alimentos e bebidas, serviços industriais, metalurgia e agronegócio.
Os dados revelam ainda que 78% das empresas têm políticas de ESG ou responsabilidade social corporativa alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e 85% realizam ações culturais voltadas para seus colaboradores. A diretoria executiva se destaca como o principal setor responsável pelas decisões de investimento em cultura, segundo 52% das empresas ouvidas.
Cultura como estratégia corporativa
Os resultados evidenciam que as indústrias baianas veem a cultura como um pilar estratégico que vai além do entretenimento, contribuindo diretamente para: Formação cidadã e qualidade de vida; Estímulo à criatividade e inovação; Fortalecimento da identidade institucional; e Impulsionamento da economia criativa.
Para o SESI Bahia, os dados são fundamentais para qualificar sua atuação como parceiro das empresas, conectando a cultura ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar dos trabalhadores e da sociedade.
“A pesquisa traz uma fotografia inédita do cenário cultural sob a ótica do setor produtivo. Isso reforça o papel estratégico do SESI como articulador de parcerias que gerem impacto social, econômico e cultural na Bahia”, destaca o diretor superintendente do SESI Bahia, Armando Neto.