Salvador, 11 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Por que o diagnóstico precoce do autismo é importante para um tratamento mais eficaz?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que compromete as habilidades sociais, como a comunicação, a interação e a aprendizagem de comportamentos. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que há cerca de 2 milhões de autistas no Brasil.

 

Para a fisioterapeuta e fundadora da Clínica Espaço Kids, Jamaica Araújo, é de fundamental importância que o indivíduo seja diagnosticado precocemente, ainda na primeira infância, para que o seu desenvolvimento seja estimulado de forma adequada, garantindo mais autonomia ao longo de sua vida. “As manifestações clínicas são observadas de forma precoce, geralmente antes dos dois anos de idade. Então, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais rápido se consegue adotar práticas que auxiliam no desenvolvimento da criança”, explica.

 

Segundo Jamaica, o diagnóstico do autismo infantil é determinado com base em uma lista de critérios comportamentais feitos pelo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM). “Portanto, os sintomas analisados para considerar o diagnóstico do autismo são: contato visual anormal, falta de brincadeiras interativas, falta de sorriso, falta de compartilhar, falta de orientação para o nome e falta de interesse em outras crianças. Vale considerar também que atrasos combinados de linguagem e sociais e regressão dos marcos de linguagem ou sociais são alertas precoces indispensáveis a uma avaliação imediata”.

 

Apesar de não existir cura para pessoas diagnosticadas com autismo, têm intervenções que podem aperfeiçoar suas habilidades de comunicação, socialização e funções motoras. “Estudos mostram que as intervenções fornecidas antes dos três anos de idade levam a melhores resultados no desenvolvimento por conta de existir maior plasticidade cerebral nesse período e maior potencial para mudar o curso do desenvolvimento”, afirma Jamaica.

 

A intervenção precoce também ajuda a interromper padrões de comportamento indesejados antes que se tornem estabelecidos, prevenindo maiores complicações no futuro, explica a fisioterapeuta. “Com apoio personalizado e estratégias multidisciplinares, é possível aproveitar a janela de oportunidades da primeira infância e criar um ambiente propício para o crescimento saudável. É nesse período que o cérebro está mais receptivo para o aprendizado e adaptação, pois as conexões neurais respondem melhor à experiência e ao ambiente e, assim, é possível estimular as habilidades sociais, cognitivas, comunicativas e motoras de forma saudável”.

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