15 de setembro, Dia Mundial da Conscientização sobre Linfomas, é um alerta para combater a doença
O linfoma é um tipo de câncer que tem origem nos linfócitos, células do sistema imunológico responsáveis pela defesa do organismo. A doença costuma se manifestar pelo aumento indolor dos linfonodos (gânglios) em regiões como pescoço, axilas e virilha. De acordo com a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), cerca de 70% da população mundial não sabe o que são linfomas.
Existem diferentes tipos e subtipos, mas, de forma geral, eles são divididos em dois grandes grupos: o linfoma de Hodgkin (LH), também chamado de Doença de Hodgkin, e o linfoma não-Hodgkin (LNH). “O primeiro apresenta células doentes misturadas às células normais, enquanto o segundo é formado apenas por células neoplásicas. Pessoas jovens e saudáveis também podem desenvolver a doença, mas o risco é maior entre quem tem o sistema imunológico comprometido. É o caso de portadores do vírus HIV, indivíduos com deficiências genéticas hereditárias que afetam a imunidade ou pacientes que fazem uso de drogas imunossupressoras para evitar a rejeição de órgãos transplantados”, explica o Dr. Tiago Barros, hematologista do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia.
No caso do linfoma de Hodgkin, além da axila, pescoço e virilha, a doença também pode surgir no tórax e provocar tosse, falta de ar e dor na região da pelve ou do abdômen, cujos sintomas são desconforto e distensão abdominal. Em ambos os casos, febre, cansaço, suor noturno, perda de peso e coceira no corpo também são sinais de alerta. Na maioria das vezes, não é possível estabelecer uma causa para o aparecimento do linfoma, mas alguns tipos de infecção, como a causada pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), pelos vírus HTLV1 ou Epstein-Barr e pela exposição a agentes químicos e radioativos, podem favorecer o surgimento da doença.
Segundo o Dr. Barros, o diagnóstico é estabelecido por meio de uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e radiológicos. Uma biópsia da região afetada é frequentemente realizada para identificar o tipo e a classificação do linfoma. Testes anatomopatológicos e imuno-histológicos são essenciais para esse diagnóstico. Dependendo do caso, podem ser realizados também testes imunofenotípicos, citogenéticos e genético-moleculares para fornecer informações adicionais que ajudarão a determinar o tratamento mais adequado. Para avaliar a extensão da doença, podem ser solicitados outros exames, como a tomografia por emissão de pósitrons acoplada à tomografia computadorizada (PET-CT), ultrassonografias e testes bioquímicos específicos.
“O tratamento pode usar a quimioterapia associada à terapia com anticorpos monoclonais, que são drogas que se ligam diretamente em proteínas específicas da membrana da célula neoplásica de defesa humana feitas em laboratório. Há boas perspectivas com o avanço da terapia celular e na adoção de técnicas como o CAR-T Cells, que utiliza células modificadas do próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer”, explica o especialista.