Salvador, 7 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Agosto Verde Claro: campanha de combate ao linfoma acende alerta para nódulos no pescoço, axilas e virilha

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê cerca de 15.120 novos casos de linfomas para 2025, sendo 710 novos diagnósticos previstos para Bahia

Instituído pela Organização Mundial da Saúde, o Agosto Verde Claro é o mês de conscientização e combate ao linfoma, tipo de câncer hematológico que acomete as células do sistema linfático, crucial para imunidade do organismo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê cerca de 15.120 novos casos de linfomas para 2025, sendo 710 novos diagnósticos previstos para Bahia.  “Essa campanha é essencial para conscientizar a população sobre a doença e a importância dos exames preventivos e da atenção aos sintomas. Os tratamentos avançaram bastante e hoje, a depender do tipo do linfoma, do estágio da doença, idade e condição de saúde do paciente, as taxas de cura podem ser elevadas com boas perspectivas de recuperação e remissão completa do linfoma”, explica a hematologista Liliana Borges, da Oncoclínicas

Os linfomas são divididos em dois tipos principais, o Linfoma de Hodgkin, mais comuns em jovens, e o Linfoma não-Hodgkin, mais complexo, com mais de 50 subtipos diferentes e características que variam bastante, inclusive com relação a agressividade e velocidade do seu crescimento. Apesar de poder acometer pessoas de todas as idades, o Linfoma não-Hodgkin é mais comum em indivíduos com mais de 60 anos.

Embora as causas da doença não sejam bem conhecidas, alguns fatores são associados ao maior risco de desenvolver o linfoma. “ Imunidade enfraquecida, infecções virais como o Epstein-Barr, HIV e HTLV,  doenças autoimunes, exposição a agrotóxicos e solventes, e radiação ionizante são alguns fatores de risco”, explica a hematologista Lycia Bellintani, da Oncoclínicas.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas e sinais variam bastante e dependem do subtipo e do estágio da doença. “Um sintoma bastante comum dos linfomas é a presença de linfonodos (gânglios linfáticos) aumentados, principalmente, nas axilas, virilha e pescoço. Esses nódulos, popularmente conhecidos como ínguas, costumam ser indolores”, explica o hematologista Caio Espirito Santo, da Oncoclínicas.

Os gânglios alterados podem ser resultantes de reações alérgicas, hormonais ou outros problemas benignos e, nesses casos, elas desaparecem em poucos dias. “Quando elas persistem por mais de duas semanas, aumentam de tamanho ou há a presença de outros sintomas, a recomendação é buscar o médico, imediatamente, para uma investigação mais detalhada”, acrescenta Lycia Bellintani.

Cansaço excessivo, suores noturnos, febre, náuseas e vômitos, dor abdominal, coceira intensa, perda de peso inexplicada e mal-estar também estão dentre os sintomas dos linfomas. “O diagnóstico dos linfomas é realizado através de exames clínicos, laboratoriais (sangue), de imagem e biópsia dos linfonodos para confirmação da doença e do seu subtipo”, esclarece Liliana Borges.

“A detecção precoce e a identificação precisa do subtipo do linfoma fazem a diferença para o sucesso do tratamento e o aumento da expectativa de vida do paciente”, destaca Caio Espirito Santo.

Tratamentos e terapia gênica

O tratamento é sempre individualizado e pode incluir uma combinação de técnicas, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. “Nos casos de pacientes com linfomas que não respondem ao tratamento ou que têm recidiva, pode ser necessário realizar um transplante de medula óssea”, finaliza Liliana Borges.

Uma terapia inovadora e promissora tem trazido esperança para o tratamento de tumores hematológicos. Trata-se do Car-T Cell, que já é usado nos Estados Unidos e em outros países para tratar alguns tipos de leucemias e linfomas avançados. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou quatro medicamentos para terapia gênica com células Car-T Cell, forma de imunoterapia personalizada que utiliza células de defesa do sistema imune do próprio paciente, os linfócitos T, modificadas geneticamente em laboratório, para reconhecer e lutar contra os tumores. A terapia é indicada para tratar tumores recidivados ou que não responderam a outros tratamentos, nos casos de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) de células B, alguns subtipos de Linfomas não Hodgkin e mieloma múltiplo.

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