Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Anestesia em crianças exige protocolos especiais, reforça anestesiologista

Presidente da Coopanest-BA, o anestesiologista Hugo Dantas explica como a anestesia pediátrica é planejada para garantir segurança em cada etapa do procedimento

A anestesia em crianças é um tema que desperta dúvidas e apreensão entre os pais, mas é uma prática segura quando conduzida por profissionais especializados. Por se tratar de pacientes com características anatômicas, fisiológicas e emocionais distintas das dos adultos, a anestesia pediátrica requer atenção redobrada e protocolos cuidadosamente planejados.

De acordo com o médico anestesiologista Hugo Dantas, presidente da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (Coopanest-Ba), o cuidado começa muito antes da cirurgia. “Antes do procedimento, o anestesiologista realiza uma consulta pré-anestésica para conhecer a criança e seus pais, identificar possíveis alergias ou alterações clínicas, orientar o jejum e ajustar medicações, quando necessário. Essa conversa ajuda a reduzir a ansiedade e a construir um ambiente de confiança, que é essencial para a segurança do paciente”, explica.

A anestesia pode ser necessária em diferentes situações — desde cirurgias até exames diagnósticos que exigem imobilidade, como tomografias, ressonâncias e endoscopias. Nesses casos, a escolha da técnica depende da idade, do peso e das condições clínicas da criança. Entre as abordagens mais comuns estão a indução inalatória, em que a criança inala gases anestésicos por meio de uma máscara, e a anestesia endovenosa, aplicada diretamente na corrente sanguínea para um controle mais preciso da dosagem. Em alguns procedimentos, como os urológicos, também podem ser utilizados bloqueios regionais, que reduzem a dor e promovem um despertar mais confortável.

Durante o procedimento, a segurança depende do monitoramento contínuo. O anestesiologista acompanha de perto sinais vitais como respiração, frequência cardíaca, oxigenação, pressão arterial e temperatura, ajustando a anestesia sempre que necessário. “O organismo infantil reage de maneira diferente, e as doses são calculadas individualmente. O anestesiologista permanece ao lado do paciente o tempo todo, garantindo estabilidade e bem-estar”, detalha Hugo Dantas.

Além do aspecto técnico, o cuidado emocional também faz parte do processo. Segundo o especialista, é natural que a criança chegue ansiosa e que os pais estejam apreensivos. “Cabe à equipe criar um ambiente acolhedor, com linguagem leve e empática. O preparo emocional é tão importante quanto o físico, porque contribui para uma experiência mais tranquila e segura para todos”, acrescenta.

Após o procedimento, a criança é encaminhada à sala de recuperação, onde permanece sob observação até estar completamente desperta e estável. Nessa fase, é comum apresentar sonolência, fome ou choro, reações naturais ao despertar da anestesia. “O choro não significa dor, mas uma resposta à fome, ao ambiente diferente e à ausência dos pais. Por isso, a presença dos responsáveis na recuperação é fundamental. O contato visual e físico transmite segurança e acelera o processo de adaptação”, explica o anestesiologista.

Durante a fase de recuperação, a equipe permanece atenta a qualquer alteração e assegura que a criança desperte com estabilidade e conforto. Quando realizada com técnica e acompanhamento adequados, a anestesia pediátrica é considerada um procedimento seguro e essencial para a medicina moderna.

O médico reforça que o diálogo entre família e equipe médica é o melhor caminho para uma experiência segura. O anestesiologista é o responsável por conduzir o paciente com estabilidade, prevenir riscos e garantir que a cirurgia ou exame ocorra de forma tranquila.

“A anestesia pediátrica é uma área que combina ciência, técnica e sensibilidade. Cada detalhe da avaliação prévia ao despertar, é pensado para assegurar o conforto e a segurança da criança, além da tranquilidade dos pais”, conclui Hugo Dantas.

Coopanest-Ba

A Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia foi fundada em 2 de julho de 1985, inicialmente sob o nome COPAS – Cooperativa dos Anestesiologistas de Salvador. Em 5 de agosto de 1991, com a ampliação de sua atuação para além da capital, passou a se chamar COOPANEST-BA, congregando anestesiologistas de todo o estado. Ao longo de quatro décadas, a cooperativa permanece firme na defesa dos interesses de seus cooperados, oferecendo serviços de excelência reconhecidos nacionalmente, investindo em tecnologia e promovendo iniciativas que fortalecem a anestesiologia na Bahia. Mais informações: https://www.coopanestba.com.br/

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