Salvador, 9 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Bonito de se ver: Salvador viveu uma semana de polo aquático e arquibancadas cheias

Divulgação

Público, atletas e entidades elogiam estrutura e clima do Mundial Sub-20

Por uma semana, a Arena Aquática Salvador virou ponto de encontro do polo aquático mundial. De 10 a 16 de agosto, a capital recebeu o Mundial Sub-20 feminino de polo aquático, competição da World Aquatics, em conjunto com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Federação Baiana de Desportos Aquáticos (FBDA), reunindo 16 seleções na orla da Pituba e ingressos gratuitos que levaram público numeroso às arquibancadas.

O torneio reuniu Estados Unidos, Canadá, China, Espanha, Croácia e o time brasileiro, entre outros. Os EUA ficaram com o ouro na final resolvida por um gol de diferença (16 a 15). O Brasil fechou em oitavo e igualou sua melhor campanha em mundiais. O saldo, na arena e fora dela, foi de celebração da modalidade.

A experiência das arquibancadas guiou o clima da semana. Entre as torcidas, a sensação foi de descoberta. Christiane Escanhoela, uma das espectadoras do torneio, contou que viu evolução do público ao longo dos dias e que a atmosfera de casa cheia empurrou a equipe brasileira.

“Olha, eu estou encantada, porque a gente sabe que os times que o Brasil enfrentou são superiores […] Eu assisti os outros e as meninas se empenharam, se esforçaram. A torcida também ajudou bastante. Elas se superaram, conseguiram chegar nas oitavas […] Elas estão de parabéns!”, afirmou.

Depois de lembrar a virada sobre a Nova Zelândia, ela fez questão de destacar o palco do evento: “O evento está maravilhoso, o lugar é lindo. A estrutura é maravilhosa!”, disse Christiane.

Márcia Vivas, também espectadora, transformou a visita em programa de família. Disse que a sinalização, o conforto e a proximidade com as atletas facilitaram tudo. Ao falar do equipamento, reforçou o impacto da primeira impressão:

“Nós não conhecíamos o polo aquático dessa forma, presencial mesmo […] Passei por aqui, por um acaso, me apaixonei pela estrutura. A estrutura aqui está perfeita. Eu gostei muito. Meus netos gostaram muito, tiraram fotos com uma das atletas […] Minha nora também veio comigo, gostou. Vocês estão de parabéns”, contou Márcia.

Do lado das atletas, o sentimento foi de realização. Bárbara Tavares, integrante da Seleção Brasileira Sub-20, relatou que jogar em casa potencializou a confiança e que a campanha até as oitavas abre caminho para resultados maiores. Ao comentar sobre a experiência no evento, ela foi taxativa:

“Foi uma experiência muito boa. É o meu primeiro Mundial pela seleção brasileira e não poderia ser melhor do que aqui no Brasil, com a torcida, a vibração, a energia totalmente diferente […] Desde criança que eu tive esse sonho […] E foi maravilhosa a estrutura, a piscina, as pessoas que estavam ajudando nesse torneio […] O melhor momento pra mim foi quando fizemos história: a gente se classificou para as oitavas. Então, pra mim, foi a melhor sensação”, descreveu Bárbara.

A boa impressão se estendeu às adversárias. Ines, atleta da Seleção da Croácia, avaliou que a semana transcorreu de forma positiva para sua equipe e destacou o foco nas partidas, com rotina bem ajustada.

“Foi uma semana positiva. Organização e estrutura funcionaram bem e conseguimos focar nos jogos. Sair entre as oito melhores nos deixou satisfeitas. Claro que nós sempre podemos fazer melhor, mas a experiência foi muito boa”, frisou.

A organização local apontou a dedicação contínua para oferecer padrão internacional e acolher o público baiano. Segundo o presidente da FBDA, Marco Antônio Lemos, o trabalho começou cedo, com parceiros e equipes alinhadas para “fazer a arena respirar o evento” do primeiro ao último jogo.

“É uma grande honra ver Salvador no mapa do polo aquático mundial. Quando a CBDA propôs descentralizar e trazer o Mundial ao Nordeste, a Bahia abraçou a ideia. Trabalhamos desde fevereiro com parceiros locais para que a arena respirasse o evento: identidade visual, equipes, serviços e operação alinhados aos padrões da World Aquatics. Queríamos arquibancadas cheias, público acolhido e seleções com condições de alto nível. E foi isso que entregamos”, enfatizou Marco.

A avaliação nacional destacou a imagem do país e a experiência entregue às delegações. Diego Albuquerque, presidente da CBDA, afirmou:

“A sensação é de dever cumprido. A gente teve uma grande oportunidade, que foi trazer essa competição para o Brasil e, em especial, para a Bahia. E aí isso nos deu uma oportunidade realmente de mostrar o polo aquático para o público local, mas também fortalecer a imagem do país internacionalmente. E a gente conseguiu entregar um grande evento. Todos os países que estiveram presentes aqui gostaram muito da estrutura que a gente ofereceu, das condições de jogo. E a gente viu um belíssimo campeonato acontecer aqui, inclusive com boa participação para o Brasil”, avaliou.

Ele lembrou ainda que o Brasil igualou sua melhor marca histórica e que a base feminina segue em formação com metas de longo prazo:

“Olha, foi muito boa a participação do Brasil. A gente se igualou à melhor marca histórica da seleção brasileira. E foi bom porque o polo aquático brasileiro ainda não tem o mesmo poderio da Europa, por exemplo. É um esporte muito novo no Brasil, embora seja um esporte olímpico há muito tempo, mas feminino, principalmente, ainda é muito recente. É um time muito jovem e a gente está preparando eles não só para Los Angeles, como para Brisbane, em 2032, também. É o primeiro passo de uma grande jornada”, concluiu.

O Brasil e a Bahia confirmaram a vocação para receber eventos de grande porte. O vai e vem de famílias, escolas e delegações deu o tom da semana. A cidade entrou no roteiro do alto rendimento sem perder o jeito de festa.

A organização ressaltou o cuidado diário com a operação. E o objetivo foi um só: experiência positiva para quem torce e para quem compete. O retorno das arquibancadas sintetizou o clima. “A arena vibrou junto. A energia ficou linda”, resumiu Christiane, espectadora. A entrada gratuita ampliou o alcance e levou novos olhares à modalidade.

A realização do Mundial contou com apoio da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (SEMPRE), Empresa Salvador Turismo (SALTUR) e Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (SUDESB), além da parceria com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e de patrocinadores da iniciativa privada, como a Sony, que apoiou a World Aquatics.

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