Especialista orienta como higiene bucal, hábitos saudáveis e acompanhamento regular ajudam na prevenção
O Dia do Coração, celebrado em 29 de setembro, chama a atenção para a importância da prevenção das doenças cardiovasculares. Entre os cuidados que também influenciam o coração está a saúde bucal. Pesquisadores e profissionais de saúde têm chamado atenção para essa ligação: cuidar da boca não é apenas manter um sorriso bonito, mas também proteger a vida.
De acordo com o Doutor em Periodontia e professor do curso de Odontologia da Unijorge, Aurelio Amorim Reis, as doenças mais associadas ao coração são a gengivite, que é a inflamação inicial da gengiva, e sobretudo a periodontite, infecção mais avançada, com destruição do osso que sustenta os dentes. Ambas favorecem a entrada de bactérias na circulação sanguínea. Esse processo aumenta a inflamação no corpo todo e pode acelerar o endurecimento e o estreitamento das artérias, elevando o risco de eventos cardíacos graves.
Informações publicadas em plataformas como a Pubmed e na Academia Americana de Periodontia apontam que pessoas com periodontite podem ter até duas vezes mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, com riscos de infarto e derrame. Isso ocorre porque a inflamação crônica na gengiva libera substâncias no sangue que favorecem o entupimento das artérias.
“Bactérias presentes na boca podem cair na corrente sanguínea e atingir o coração, contribuindo para o agravamento de doenças cardíacas”, acrescenta.
A população deve ficar atenta a alguns sinais que indicam inflamação gengival, como sangramento frequente ao escovar ou usar fio dental, gengiva vermelha, inchada ou dolorida, mau hálito persistente, dentes amolecidos ou que parecem estar “ficando maiores” por perda óssea e retração gengival, que é a perda de tecido gengival e aumento dos espaços entre os dentes. o professor orienta que no notar esses sintomas, é fundamental procurar um cirurgião-dentista, preferencialmente um periodontista, para evitar complicações que vão além da boca.
Outra orientação importante é que pacientes com doenças do coração exigem atenção redobrada com a saúde bucal. O cirurgião-dentista/periodontista deve estar informado sobre o histórico médico para adaptar o tratamento de forma segura. Em alguns casos, pode ser necessária a comunicação direta com o cardiologista para alinhar condutas.
“Determinados pacientes podem precisar de medidas preventivas, como a prescrição de antibióticos antes de procedimentos, para evitar que bactérias da boca atinjam o coração e causem infecções graves, como a endocardite bacteriana”, destaca o especialista.
Para os cuidados, o professor enfatiza: “o que é bom para a boca também é bom para o coração”, e destaca as principais ações recomendadas: escovar os dentes após as refeições e usar fio dental diariamente; consultar regularmente o cirurgião-dentista ou periodontista.
É Importante ainda manter uma alimentação balanceada, rica em frutas, verduras e grãos integrais; reduzir o consumo de açúcar e bebidas alcoólicas; evitar o cigarro, prejudicial tanto para a gengiva quanto para o coração. E praticar atividade física regularmente; e controlar doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto, que estão ligadas tanto à saúde bucal quanto à saúde cardiovascular.
“Manter a saúde da boca em dia é uma forma simples e eficaz de proteger também o coração. Cuidar da higiene oral, visitar o dentista regularmente e adotar hábitos de vida saudáveis são atitudes que podem fazer a diferença não apenas no sorriso, mas também na longevidade e qualidade de vida”, finaliza.