Salvador, 10 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Dia do professor: Psicopedagoga destaca a importância de criar estratégias inovadoras para despertar o interesse e reconectar as crianças ao prazer de aprender

Em uma era marcada pela hiper conexão e pelo excesso de estímulos digitais, o papel do professor se torna cada vez mais desafiador e essencial. Estudos conduzidos durante e após a pandemia mostraram que crianças expostas por longos períodos às telas apresentam maior dificuldade em sustentar a atenção, menor tolerância à frustração e aumento de sintomas ansiosos. Os impactos desse cenário são perceptíveis no cotidiano escolar: turmas mais agitadas, alunos menos disponíveis à escuta, dificuldade crescente de concentração e queda na capacidade de se engajar em tarefas que exigem continuidade.

Segundo Larissa Machado, psicopedagoga e diretora do Colégio São Paulo, unidade Tempo de Criança, ser professor hoje é atuar em um tempo de profundas transformações. “A chamada ‘geração ansiosa’ tem trazido novos dilemas para a educação, exigindo do professor um olhar ainda mais atento e estratégias inovadoras para despertar o interesse e reconectar as crianças ao prazer de aprender. Mais do que transmitir conteúdos, ensinar hoje significa criar experiências significativas de aprendizagem, capazes de restaurar a curiosidade, o foco e a empatia, além de estimular a imaginação, a cooperação e o desenvolvimento cognitivo e emocional dos estudantes”, afirma.

Mais do que nunca, é preciso resgatar a cultura da infância, onde o tempo é vivido com presença, o erro é parte do aprendizado, e o brincar é o caminho mais promissor para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. A tecnologia, por sua vez, pode e deve ser aliada do processo educativo, desde que usada com intencionalidade pedagógica. Quando bem orientada, ela amplia repertórios, estimula a pesquisa, favorece a expressão e conecta o aprendizado à realidade contemporânea. Mas é o olhar crítico, sensível e criativo do professor que dá sentido a esse uso. É ele quem ensina a criança a distinguir informação de conhecimento, a refletir antes de reagir, a usar os recursos digitais para criar, e não apenas consumir.

Ensinar, hoje, é um ato de esperança, um compromisso com a formação de crianças mais atentas, criativas e emocionalmente saudáveis em um mundo que insiste em acelerar.

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