No mês das crianças, além das comemorações, é essencial que os pais estejam atentos à saúde dos pequenos – especialmente aos rins, órgãos que muitas vezes passam despercebidos até que um problema mais sério apareça. Segundo a médica nefrologista baiana, Manuela Lordelo, “doenças renais na infância podem ser silenciosas em seus estágios iniciais, mas saber identificar os sinais precoces pode fazer toda a diferença para o tratamento e a qualidade de vida da criança”.
A médica explica que, entre os principais sintomas que devem acender o alerta estão o inchaço ao redor dos olhos, tornozelos ou barriga, urina com aparência espumosa ou com sangue, aumento ou diminuição no volume urinário, pressão alta, fadiga excessiva e falta de apetite. Também é importante observar mudanças no comportamento da criança, como irritabilidade ou cansaço sem motivo aparente. Esses sinais podem ser sutis, mas indicam que algo pode não estar funcionando bem nos rins.
“As doenças renais mais comuns na infância incluem infecções urinárias recorrentes, malformações congênitas, síndrome nefrótica e glomerulonefrites, que são inflamações nos glomérulos – estruturas que filtram o sangue nos rins. Uma condição bastante frequente é a síndrome nefrítica pós-estreptocócica, que pode surgir após infecções comuns como gripe, amigdalite ou até episódios de diarreia. Ela se manifesta geralmente de 1 a 3 semanas após a infecção e é caracterizada por inchaço, urina escura (cor de Coca-Cola), hipertensão e diminuição da urina”, detalha a nefrologista.
A boa notícia, segundo Manuela Lordelo, é que, com diagnóstico precoce e acompanhamento médico adequado, a maioria dessas doenças têm tratamento e bom prognóstico. “Por isso, é fundamental que os pais não ignorem os pequenos sinais e levem a criança ao pediatra e nefrologista ao notar qualquer alteração. No mês das crianças, cuidar da saúde renal é também uma forma de garantir um futuro mais saudável e feliz”, diz a médica que atua como preceptora de Nefrologia no Hospital Ana Nery.