Para a Dra. Wendy Delmondes, coordenadora da unidade de Reprodução Humana do Mater Dei Salvador, este dado destaca a importância crescente da FIV enquanto tratamento para a infertilidade, condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um problema de saúde pública global. “Ver que a cada 35 segundos um novo bebê nasce graças a essa tecnologia é um testemunho do avanço científico e da importância da reprodução assistida na vida das pessoas que buscam a maternidade e paternidade. É gratificante fazer parte de um campo que permite que tantos casais realizem o sonho de ter filhos e construam suas famílias”, afirma Dra. Wendy.
Uma Jornada de Inovação e Conquistas
Desde o primeiro nascimento bem-sucedido por FIV, em 1978, a técnica enfrentou ceticismo e debates acalorados. A década de 80 marcou o início de programas de FIV em diversos países, enquanto os anos 90 trouxeram inovações cruciais, como a técnica ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides), para casos de infertilidade masculina, e o aprimoramento da cultura de embriões.
Os anos 2000 trouxeram um foco maior na segurança e na otimização dos resultados, com a redução de gestações múltiplas e o aprimoramento da transferência de embrião único, viabilizada por avanços em meios de cultura e criopreservação. A ciência continuou a evoluir com testes genéticos mais precisos, avanços em laboratórios e um manejo mais eficaz de hormônios, potencializando ainda mais as chances de sucesso.
O reconhecimento científico da FIV foi selado em 2010, quando o biólogo Robert Edwards, um dos pioneiros da técnica, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina, consolidando a FIV como um cuidado médico estabelecido e de grande valor.
“Hoje, a FIV oferece um leque de possibilidades que vão muito além do que imaginávamos há poucas décadas”, explica Dra. Wendy. “Utilizamos gametas e embriões doados, oferecemos a gestação por cessão temporária do útero e contemplamos pessoas solteiras e comunidades LGBTQIA+, ampliando o acesso à paternidade e maternidade.”
O Comitê Internacional para o Monitoramento da Tecnologia de Reprodução Assistida (ICMART), associado à OMS desde 2003, publica relatórios regulares sobre a utilização, eficácia e segurança da FIV, confirmando seu status como um avanço médico essencial para o tratamento da infertilidade. Dados preliminares indicam que, até 2024, cerca de 17 milhões de bebês nasceram por FIV em todo o mundo.
O Perfil do Paciente e o Futuro da Reprodução Assistida
Atualmente, o tratamento de FIV é realizado em diversas etapas, que incluem a estimulação ovariana, a coleta de óvulos e espermatozoides, a fertilização em laboratório e a transferência dos embriões para o útero. A duração e as taxas de sucesso podem variar dependendo de fatores individuais, mas as inovações contínuas têm elevado significativamente os índices de gravidez.
“Observamos que a maior parte dos pacientes que buscam a FIV são mulheres na faixa de 35 a 45 anos, que vêm tentando engravidar há um tempo considerável, muitas vezes enfrentando desafios como endometriose, fator masculino, ou simplesmente a infertilidade sem causa aparente. Independente da causa, a FIV é um caminho viável e cada vez mais acessível para a construção familiar.”, conclui Dra. Wendy.