Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

A endometriose pode afetar o intestino?

Entre os principais sintomas estão distensão abdominal, constipação ou diarreia, dor ao evacuar e presença de sangue nas fezes

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a endometriose afeta uma a cada dez mulheres entre 25 e 35 anos. Trata-se de uma doença progressiva, o que significa que, na ausência de tratamento, os tecidos endometriais ectópicos podem se espalhar e se agravar ao longo do tempo, causando danos a outros órgãos e intensificando a dor.

Os sintomas gastrointestinais relacionados à endometriose, como dor abdominal, cólicas, alterações intestinais e desconforto durante a defecação, podem causar uma série de desafios físicos, emocionais e sociais. O Dr. Thiers Soares, ginecologista cirurgião especialista em endometriose, adenomiose e miomas, destaca alguns fatores importantes a serem consideradas ao discutir o impacto da endometriose intestinal na qualidade de vida da paciente.

  • Restrições alimentares e estilo de vida 

Alguns sintomas intestinais, como diarreia, constipação e distensão abdominal, podem levar as mulheres a fazer modificações na dieta para aliviar os sintomas. Isso pode resultar em restrições alimentares, afetando a qualidade e a variedade da dieta. Além disso, a endometriose intestinal pode limitar a participação em atividades sociais, como sair para comer fora, devido à preocupação com os sintomas, sendo necessário seguir uma dieta específica.

  • Impacto emocional 

A dor crônica, a incerteza sobre os sintomas, a preocupação com a progressão da doença e os impactos nas atividades cotidianas podem levar à ansiedade, depressão e frustração. Esses aspectos emocionais podem afetar negativamente a qualidade de vida, os relacionamentos interpessoais e a saúde mental em geral.

  • Relações interpessoais e sexualidade 

A dor durante o sexo (dispareunia) e os sintomas intestinais podem causar desconforto e diminuir a libido. Além disso, as limitações impostas pela doença podem dificultar a participação em atividades sociais e interferir nas interações familiares, sociais e românticas.

  • Fertilidade e planejamento familiar 

A obstrução das trompas de Falópio, a formação de aderências e a inflamação crônica podem dificultar a concepção natural. Isso pode causar angústia emocional e estresse adicional para as mulheres que desejam ter filhos. O planejamento familiar também pode ser afetado, exigindo intervenções médicas, como a fertilização in vitro (FIV) ou outras técnicas de reprodução assistida.

Quando a endometriose intestinal é superficial e não causa comprometimento significativo da estrutura intestinal, o tratamento clínico é frequentemente considerado uma opção viável. Nesses casos, medicamentos são prescritos para interromper a menstruação e controlar os focos de endometriose. Esses medicamentos têm como objetivo reduzir os sintomas e impedir a progressão da doença. 

O uso de terapia hormonal, como contraceptivos orais combinados ou progestágenos pode ser recomendado para controlar o crescimento do tecido endometrial ectópico e aliviar a dor. No entanto, quando a endometriose intestinal é profunda e envolve uma penetração mais extensa do tecido endometrial nas camadas intestinais, o tratamento cirúrgico é frequentemente necessário. 

Um plano de tratamento individualizado, considerando a gravidade da doença, a extensão do envolvimento intestinal, os sintomas apresentados e os objetivos reprodutivos da paciente, será estabelecido para proporcionar o melhor resultado possível e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas pela endometriose intestinal.

Sobre o Dr. Thiers Soares

Doctor Honoris Causa pela Universidade Victor Babes/Romênia, Dr. Thiers Soaresgraduado em Medicina pela Fundação Universitária Serra dos Órgãos (2001), é ginecologista especialista em doenças como Endometriose, Adenomiose e Miomas. Também é médico do setor de endoscopia ginecológica (Laparoscopia, Robótica e Histeroscopia) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ). O especialista é membro honorário da Sociedade Romena de Cirurgia Minimamente Invasiva em Ginecologia, membro honorário da Sociedade Búlgara de Cirurgia Minimamente Invasiva, membro honorário da Sociedade Romeno-Germânica de Ginecologia e Obstetrícia e membro da diretoria e comitês de duas das maiores sociedades mundiais em cirurgia minimamente invasiva em ginecologia (SLS  e AAGL). Recentemente, o Dr. Thiers Soares foi um dos responsáveis por trazer para o Brasil a técnica de Ablação por Radiofrequência dos Miomas Uterino, um tratamento moderno e eficaz, que causa a destruição térmica de tumores uterino

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