Salvador, 10 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Desvio de septo prejudica 90% da população, afirma especialista

Você sente dificuldade para respirar pelo nariz, percebe uma diminuição no olfato ou convive com congestão nasal frequente? Esses sintomas podem estar ligados a condições como desvio de septo, carne esponjosa (cornetos nasais) ou pólipos nasais – problemas distintos, mas que muitas vezes coexistem e estão entre as principais causas de obstrução nasal.
Segundo o Dr. Thiago Miranda, médico otorrinolaringologista do HOPE – Hospital de Olhos de Pernambuco, essas três estruturas estão localizadas dentro da cavidade nasal e são diferentes tanto em forma quanto em composição, mas podem atuar em conjunto ou separadamente na origem do problema.
“O desvio de septo é uma condição comum – presente em cerca de 90% da população – e só precisa de tratamento se estiver provocando ou agravando a obstrução nasal. Já o crescimento da carne esponjosa e o surgimento de pólipos nasais têm como principal gatilho a inflamação causada pela rinite alérgica, que acomete boa parte da população”, completa o médico.
O médico reforça que os pólipos nasais nem sempre estão presentes na cavidade nasal. “Pólipo nasal é uma condição patológica, podendo ser, por exemplo, uma sequela da rinite alérgica”, complementa o otorrino.

Entre os sintomas mais recorrentes dessas condições estão a congestão nasal persistente, redução do olfato, sangramentos nasais e até dor ou pressão na face. “Elas afetam diretamente a respiração porque provocam o estreitamento das fossas nasais”, explica o especialista.
Nem sempre a cirurgia é o primeiro caminho. No caso das carnes esponjosas e dos pólipos, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos anti-inflamatórios, como os corticosteroides, e medidas de higiene ambiental. Contudo, se os sintomas persistirem mesmo após esse protocolo, a cirurgia pode ser indicada.
“A correção do desvio de septo é feita apenas por meio cirúrgico”, afirma o Dr. Thiago. A intervenção é realizada com o auxílio de aparelhos endoscópicos, que garantem mais precisão. “O pós-operatório não é complicado, mas exige comprometimento do paciente com as orientações médicas”, alerta o otorrino.
A melhor forma de prevenir o agravamento dessas condições é com o acompanhamento regular de um otorrinolaringologista. “Cada paciente tem um histórico clínico e precisa de um plano de tratamento individualizado”, reforça o médico.
Um ponto de atenção importante é o uso contínuo de descongestionantes nasais. Segundo o Dr. Thiago, esses medicamentos podem piorar o quadro ao causar o chamado efeito rebote, mantendo o ciclo inflamatório ativo. “Diferente dos corticosteroides, que tratam a inflamação, os descongestionantes apenas aliviam temporariamente os sintomas e podem retroalimentar a rinite”, esclarece.
“Quando não tratadas adequadamente, essas condições podem gerar complicações como sinusites recorrentes, distúrbios do sono e prejuízos à qualidade de vida. Por isso, identificar a causa da obstrução nasal e buscar o tratamento adequado é fundamental”, finaliza o médico do HOPE.

 

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