Salvador, 10 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Doença de Parkinson: reabilitação possibilita mais qualidade de vida

Foi por causa de um enrijecimento interno do abdômen que Maria Fátima Visnevski, aos 48 anos, procurou um especialista. Ao chegar ao médico, ela descobriu que o problema era causado pela Doença de Parkinson – problema que afeta mais de 200 mil pessoas no Brasil. A partir daí, ela iniciou a sua jornada de tratamento e controle da doença, que já dura 30 anos.

 

Médico geriatra da Clínica Florence Unidade Salvador, Rafael Calazans lembra que o Parkinson é uma doença neurológica que compromete a função motora do paciente, provocando tremores de mãos, rigidez no movimento do corpo, vagarosidade e rigidez nas articulações, como o vivenciado por Maria Fátima. “Ela não é uma doença neurológica qualquer, já que apresenta uma progressão degenerativa. Ou seja, ela sempre avança e o tratamento tem a função de controlar os sintomas”, diz o médico.

 

À medida em que avança, a enfermidade impacta na cognição e na capacidade da realização de atividades comuns do cotidiano, como na locomoção, no ato de escrever, escovar os dentes ou se arrumar.

 

Os impactos da reabilitação

A reabilitação para pacientes com Parkinson é multidisciplinar. A fisioterapia trabalha a parte motora; a terapia ocupacional ajuda ao paciente adequar sua rotina diante das dificuldades; a fonoaudiologia auxilia na capacidade de deglutição e na fala; a nutrição contribui com a dieta nutricional; a equipe de enfermagem realiza os cuidados diários; a assistência social e a psicologia cuidam da saúde social e mental do paciente e da família e os médicos atuam na área clínica e medicamentosa.

 

“A reabilitação é importante porque ela é global e trabalha todas essas áreas, melhorando a parte motora e impactando, também, no comportamento, na cognição, no humor e, dessa forma, proporcionando ao paciente uma maior qualidade de vida”, explica o geriatra. Ele complementa ainda que todas essas diferentes áreas atuam em conjunto e potencializam os resultados da reabilitação.

 

Natália Visnevski, filha de Maria Fátima, lembra que sua mãe enfrentou problemas com a administração dos medicamentos, depressão e chegou a ficar sem andar antes de procurar a Clínica Florence para o tratamento de reabilitação. “Minha mãe entrou na clínica sem falar, andar e comer. Com todo o tratamento recebido e as terapias ocupacionais, fisioterapia e fonoaudiologia, ela já está recebendo alta após 30 dias de internamento, já se alimentando, lúcida e se movimentando com menos rigidez”, comemora.

 

Para ela, o momento que mais lhe marcou nesse processo de reabilitação da mãe foi o avanço com a fonoaudiologia, pois ela chegou a acreditar que a mãe poderia não voltar mais a comer ou beber água. “Vendo os resultados do tratamento, tenho a certeza de que foi uma aposta muito feliz”, diz.

 

Abordagem individualizada

Rafael Calazans reforça que o tratamento de reabilitação necessita de uma abordagem individualizada e deve ser iniciada assim que os primeiros sinais de perda neurológica ou cognitiva apareçam. A duração da internação vai depender também da gravidade do caso e pacientes mais graves exigem um tempo maior de cuidado.

 

“A doença de Parkinson atua de modo diferente em cada pessoa e o tratamento precisa contemplar essas peculiaridades. Então, a gente precisa entender quem é esse paciente, quem é essa família e como a doença se porta nessa pessoa antes de fazer esse plano de cuidados individualizados”, informa Calazans.

 

O médico também afirma que, “apesar de ser uma doença com muitos desafios e sem cura, existem tratamentos que ajudam a desacelerar o avanço do Parkinson, controlar os sintomas e contribuem para uma vida mais longeva e com qualidade enquanto a doença existir”.

Sobre a Clínica Florence

Primeiro hospital de transição de cuidados do Norte/Nordeste a Clínica Florence foi inaugurada em 2017, em Salvador (BA), apresentando uma proposta de internação segura e especializada no atendimento de pacientes em reabilitação intensiva e cuidados paliativos de fim de vida, sendo um marco no tratamento humanizado.

 

Em 2021, a instituição iniciou suas operações na capital pernambucana, com capacidade para 76 leitos e seguindo os padrões de excelência reconhecidos pelas famílias que experimentaram o Jeito Florence de Cuidar e atestaram através dos indicadores de NPS (Net Promoter Score (NPS). Recentemente, a Unidade Salvador finalizou sua segunda ampliação, passando a ofertar 94 leitos para a população baiana e das regiões adjacentes.

 

Com uma estrutura física completa e acessível, a instituição conta com um amplo jardim que possibilita terapias ao ar livre e estímulos sensoriais, estimulando a humanização do cuidado e interações diversas entre pacientes, familiares e amigos.

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