Salvador, 11 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Endometriose afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva

Cólicas intensas, fadiga, alterações no ciclo menstrual e dificuldade para engravidar. Esses são alguns dos sintomas comuns da endometriose, uma condição que atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença se caracteriza pela presença do tecido endometrial, normalmente encontrado apenas na parte interna do útero, em outras regiões do corpo, como ovários e trompas.

Segundo a ginecologista Jéssica Hoppe, os sintomas da endometriose podem variar, mas a cólica intensa durante o período menstrual é um dos principais sinais de alerta. “É uma dor que não melhora com medicações comuns e, em muitos casos, leva a paciente até a emergência”, explica.

A especialista ressalta que essas dores nem sempre se apresentam de forma localizada, podendo irradiar para outras regiões do corpo, como o dorso e a lombar, o que pode confundir o diagnóstico. Além disso, é comum haver outros sintomas como inchaço abdominal, sensibilidade nas mamas, dor nas pernas, incômodo nas relações sexuais e uma TPM mais exacerbada.

Diagnóstico e tratamento

Jéssica Hoppe aponta que o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento eficaz da doença, contudo, é frequentemente dificultado pela naturalização das dores menstruais. “Muitas mulheres convivem com dor intensa durante o período menstrual por anos sem procurar ajuda médica, acreditando que isso faz parte da rotina normal”, afirma.

A ginecologista também destaca que o diagnóstico da endometriose exige exames específicos, nem sempre solicitados nas primeiras consultas. Apenas um ultrassom transvaginal pode não ser suficiente para detectar a doença, sendo necessária a realização de um ultrassom com mapeamento para pesquisa de endometriose ou a ressonância magnética pélvica.

Em relação ao tratamento da endometriose, pode variar entre alternativas clínicas, através de medicamentos que visam regular a produção hormonal, ou cirúrgicas, dependendo do quadro da doença. Mudanças no estilo de vida também desempenham um papel crucial no controle dos sintomas e na melhora da qualidade de vida das pacientes.

A suplementação como uma aliada

Segundo o farmacêutico da Vidamina, Alysson Mendes, a suplementação com substâncias naturais pode auxiliar na redução da inflamação e da dor associadas à doença. “Ativos como CurQfen, Revitech, Pycnogenol e N-acetilcisteína vêm sendo estudados pelos seus efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e imunomoduladores. Eles não substituem o tratamento médico, mas podem ser um complemento importante no alívio dos sintomas”, afirma o profissional.

Apesar da origem natural desses ativos, Alysson reforça que a suplementação deve sempre ser orientada por um profissional de saúde. Entre os principais compostos utilizados na formulação de suplementos voltados à saúde feminina, destacam-se:

  • CurQfen®: combinação de curcumina com fibras solúveis do feno-grego, que melhora sua absorção pelo organismo. Atua na redução da inflamação pélvica crônica e na inibição da angiogênese anormal associada aos focos de endometriose;
  • Revitech®: forma patenteada de resveratrol com alta biodisponibilidade. Tem ação anti-inflamatória e pode modular hormônios estrogênicos, o que é relevante, já que a endometriose é uma condição estrogênio-dependente.
  • Pycnogenol®: extrato natural da casca do pinheiro-marítimo francês, rico em antioxidantes. Estudos indicam sua eficácia na redução da dor pélvica e no estresse oxidativo;
  • N-Acetilcisteína (NAC): potente antioxidante que auxilia na redução do tamanho dos focos endometrióticos e da dor, além de favorecer a produção de glutationa, importante protetor celular;
  • Vitamina D3: essencial na modulação do sistema imune e nos processos inflamatórios, sendo comum a deficiência desse nutriente em mulheres com endometriose;
  • Magnésio: mineral que contribui para o relaxamento muscular, o alívio de cólicas e melhora do bem-estar geral;
  • Indole-3-Carbinol (I3C) e DIM: compostos derivados de vegetais crucíferos, auxiliam na metabolização do estrogênio, promovendo um equilíbrio hormonal mais saudável;
  • Vitex agnus-castus: planta tradicionalmente utilizada para regulação hormonal e controle de sintomas como ciclos irregulares e TPM.

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