Salvador, 7 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Estudantes desenvolvem pulseira rastreadora para auxiliar pessoas idosas, neurodegenerativas e neurodivergentes

Foi pensando em ajudar pessoas idosas, neurodegenerativas e neurodivergentes que as estudantes Evelyn Rodrigues da Silva, 16 anos, e Ana Clara Cerqueira Lima Dos Santos, 15 anos, do Centro Estadual de Educação Profissional em Tecnologia da Informação e Comunicação (CEEPTIC), em Lauro de Freitas, criaram o projeto Echo-Tracker Bracelet – Pulseira Rastreadora Ecológica. Trata-se de um rastreador, em tempo real, que serve para localizar essas pessoas ao saírem sozinhas de suas casas. Desenvolvido na escola, o trabalho levou o primeiro lugar das fases Escolar e Territorial da 11ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba) e foi apresentado no Encontro Estudantil, realizado em dezembro último, na  Arena Fonte Nova, em Salvador.

O Echo-Tracker Bracelet não é apenas uma inovação tecnológica, mas uma resposta empática aos desafios enfrentados por pessoas próximas às estudantes. “Víamos de perto a dificuldade em relação à mobilidade de algumas pessoas como o meu tio, que possui Alzheimer, e um colega nosso de classe, que é autista. Pensando em uma melhor vivência para essas pessoas, nasceu a ideia do projeto. Nós resolvemos elaborar um eco-rastreador de fácil manuseio tanto para quem for utilizá-lo, quanto para os familiares que vão monitorá-lo em tempo real”, explicou Evelyn.Para utilizar a pulseira rastreadora ecológica é muito simples. Sem a necessidade de ativação ou configuração, basta apenas fazer o carregamento da bateria via USB tipo C e já poderá ser colocada no braço da pessoa a ser rastreada. O monitoramento será feito por meio do aplicativo Eco Tracker, que está sendo desenvolvido pelas estudantes, permitindo localizar a pessoa através do chip M2M, PIN e QR-code de rastreio. Além disso, o aplicativo oferece a possibilidade de configurar a pulseira de acordo com as necessidades do usuário, incluindo recursos como a GeoCerca, um “limite de segurança”.O professor orientador, Jorge Bugary Teles Junior, expressou sua satisfação ao testemunhar o desenvolvimento das estudantes. “É, realmente, motivador ver estas estudantes engajadas em uma proposta de iniciação científica com o objetivo de resolver problemas do cotidiano, com foco na inclusão, e que gere impacto e responsabilidade sociais. Como professores, fazemos a provocação e sugestão de temas em sala, mostrando exemplos de outros projetos que inicialmente foram desenvolvidos, mas a ideia do projeto foi inteiramente das meninas e é muito bonito ver que criaram algo que vai ajudar muita gente”, disse.As estudantes tiveram a oportunidade de mostrar o projeto na 11ª da Feciba e alcançaram o primeiro lugar nas duas primeiras fases da feira. Ana Clara destaca que foi uma experiência totalmente única poder participar e apresentar o projeto em um evento que visa destacar o protagonismo dos estudantes. “A nossa participação foi incrível. Demos algumas entrevistas e conseguimos divulgar bastante a nossa ideia e vimos que muitas pessoas tiveram ótimas reações. Nós recebemos muitos feedbacks positivos”.Para o futuro, as estudantes expressaram o desejo de continuar trabalhando no projeto e aperfeiçoá-lo para o mercado. “Vamos terminar o desenvolvimento do nosso aplicativo próprio para rastreio e diminuir alguns custos de produção para conseguir fabricar mais unidades e comercializar as pulseiras”, afirmou Evelyn.Feciba – A Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia foi idealizada em 2010 pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT) com o objetivo de estimular a relação ensino-aprendizagem e fomentar o protagonismo dos estudantes na construção do seu conhecimento. A base do projeto é estruturada na pesquisa como ferramenta que busca integrar todos os componentes curriculares e, com isso, promover o estudo interdisciplinar e lúdico.A Feciba se insere, através do Programa Ciência na Escola, na política pública estadual de Educação de valorização do estudante. Este deve ser um sujeito portador do direito à Educação Científica; a ter acesso ao patrimônio da humanidade nas Artes, nas Ciências e na Cultura; a ter um aprendizado significativo que o insira no mundo contemporâneo, científico e tecnológico,  que abre possibilidade de cidadania e de trabalho a quem justamente detém esse conhecimento e esse “saber fazer” Ciência.

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