Salvador, 9 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Festival de Fanfarras e Balizas celebra 2 de Julho com música, tradição e premiação no Campo Grande

A terceira edição do Festival de Fanfarras e Balizas, promovida pela Prefeitura de Salvador, levou neste sábado (8) a arte produzida por 18 grupos escolares para a Praça do Campo Grande, no Centro da capital baiana. A ação faz parte das celebrações pela Independência do Brasil na Bahia, o tradicional 2 de Julho, e é realizada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).

As apresentações aconteceram a partir das 8h, com fanfarras de escolas públicas municipais e estaduais de Salvador e da Região Metropolitana. Elas já haviam participado do desfile cívico do 2 de Julho e voltaram ao centro da cidade para competir por troféus, certificados de participação e prêmios.

“O concurso de fanfarras e balizas já é uma tradição. E, neste ano, eu acho que finalmente encontramos o formato ideal: um dia exclusivo para o concurso, independente da festa, em um local que tem tudo a ver com o 2 de Julho, o Campo Grande. Tivemos fanfarras maravilhosas, um trabalho muito cuidadoso, sabe? É um incentivo fundamental. Fanfarras são patrimônio, são memória. E nós vamos estar sempre atentos, na luta pela preservação e pelo apoio a esse patrimônio soteropolitano”, disse Fernando Guerreiro, presidente da FGM.

Esta é a primeira vez em que o festival ocorre num novo formato, com apresentações fora do cortejo cívico e em um palco montado especialmente para o evento. A ideia, de acordo com a FGM, é dar ainda mais visibilidade ao trabalho artístico e pedagógico desenvolvido pelas fanfarras e por suas equipes.

“Este é o resultado de um diálogo contínuo que a FGM tem com os agentes culturais e as instituições que trabalham na construção do 2 de Julho. A gente entendeu que precisava de um palco específico, com destaque para essa programação, para que as pessoas possam apreciar isso tudo de perto, além de premiar essas iniciativas”, afirmou Talis Castro, coordenador do festival.

A vencedora da categoria de ‘Melhor Balizador’ foi Sofia Santos, da fanfarra do Colégio Estadual Reitor Miguel Calmon, de Simões Filho, unidade de ensino que também levou o grande prêmio na categoria ‘Melhor Fanfarra/Banda com Evolução’. Já a ganhadora na categoria ‘Melhor Fanfarra/Banda sem Evolução’ foi a Escola Municipal Alexandrina dos Santos Pita.

As três melhores colocadas em cada categoria — fanfarras com e sem evolução — foram contempladas com troféus, certificados e vales-compra para instrumentos na loja Foxtrot. Os balizadores e balizas com maiores notas também receberam troféus, certificados, kits de beleza e um book exclusivo.

Dedicação – Emerson Brito, de 41 anos, é presidente e regente da Masp Show, banda da Escola Municipal Alexandrina Santos Pita, de Pirajá. A equipe, que está entre as mais tradicionais do circuito, venceu o concurso na categoria ‘Melhor Fanfarra/Banda sem Evolução’, premiando o trabalho após dois anos batendo na trave. Em 2023, eles foram vice-campeões, e no ano passado, acabaram estourando o cronômetro.

Emerson contou que a banda já participou de campeonatos nacionais e estaduais, e neste ano levou ao Campo Grande 120 dos 160 alunos que integram o projeto. Os demais já estão em processo de aprendizado para se apresentarem no ano que vem: “Montar essas apresentações exige um ano inteiro de trabalho e preparação. A gente só para mesmo durante o Carnaval, de resto, é trabalho duro e segue o bonde”, afirmou.

A avaliação foi feita por um júri técnico composto por seis especialistas em música, performance e cultura popular. As fanfarras com evolução foram avaliadas nos quesitos música, evolução, harmonia, figurino e adereços; as sem evolução, por música, harmonia, figurino e adereços. Já balizadores e balizas foram julgados por performance, carisma, figurino e adereços.

Os grupos tinham até 12 minutos para a apresentação, incluindo entrada, parada obrigatória e saída do palco. Exceder o tempo resultava em perda de pontos ou até desclassificação. Também foram previstas penalidades para manifestações de preconceito, violência ou condutas ofensivas.

George Vladimir, diretor de Arte e Fomento Cultural da FGM, explicou que o festival é uma forma de incentivar a continuidade e o fortalecimento das fanfarras nas escolas. “Esse é o nosso terceiro festival, que é uma forma que nós temos de estimular e fomentar a tradição das fanfarras e balizas nas escolas, assim como a participação desses grupos nos desfiles cívicos”, destacou.

Fachadas – Além do Festival, a FGM também anunciou os vencedores do Concurso de Decoração de Fachadas do 2 de Julho, que envolveu imóveis localizados no trajeto do cortejo entre a Lapinha e o Terreiro de Jesus.

A grande vencedora foi dona Maria de São Pedro, moradora do Santo Antônio Além do Carmo, que levou a melhor em outras duas ocasiões. Ela recebeu R$1,5 mil de prêmio. O segundo colocado e o terceiro receberam, respectivamente, R$1 mil e R$500.

Os valores foram doados pelo artista plástico Ray Vianna, além de placas comemorativas fixadas nos imóveis. A iniciativa visa enaltecer a memória visual e afetiva da Independência da Bahia nas ruas da capital.

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