Salvador, 9 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Julgamento sobre morte de Maradona tem início na Argentina com sete profissionais no banco dos réus

Quatro anos após a morte de Diego Maradona, a Justiça argentina inicia, nesta terça-feira (11), o julgamento de sete profissionais da área da saúde acusados de negligência no atendimento ao ídolo argentino. O grupo responde pelo crime de homicídio simples com dolo eventual, que ocorre quando há conhecimento do risco de morte, ainda que sem intenção direta de causar o óbito. As penas podem chegar a 25 anos de prisão.

 

Maradona morreu aos 60 anos, em novembro de 2020, após uma parada cardiorrespiratória, enquanto se recuperava de uma cirurgia para remover um hematoma subdural. Segundo as investigações, a morte poderia ter sido evitada se sua equipe médica tivesse adotado medidas adequadas.

 

ACUSAÇÕES
O Ministério Público afirma que a equipe médica ofereceu ao ex-jogador uma assistência precária e inadequada, sem o suporte necessário para seu quadro clínico. A acusação sustenta que os profissionais isolaram Maradona da família, omitiram informações importantes e deixaram sua recuperação “relegada à sorte”. Os réus são:

 

  • Leopoldo Luque (neurocirurgião e médico pessoal de Maradona);
  • Agustina Cosachov (psiquiatra);
  • Ricardo Almirón (enfermeiro);
  • Nancy Forlino (médica da Swiss Medical);
  • Mariano Perroni (chefe de enfermagem);
  • Carlos Díaz (psicólogo);
  • Pedro Di Spagna (médico clínico).

Uma oitava acusada será julgada separadamente por um júri popular.

 

Os médicos negam responsabilidade na morte do ex-camisa 10. Luque chegou a afirmar que Maradona era um paciente difícil, que se recusava a seguir orientações médicas. “Quando estava chateado ou se sentia mal, afastava todos”, disse o neurocirurgião.

 

Maradona sofria com doença renal crônica, cirrose hepática, insuficiência cardíaca, deterioração neurológica, dependência química e abstinência alcoólica. Mesmo assim, foi liberado para se recuperar em casa, sem acompanhamento especializado.

 

A acusação destaca que a equipe médica não garantiu exames e monitoramento cardiológico adequados, fator que teria sido crucial para evitar o desfecho trágico.

 

O julgamento deve durar até julho, com três audiências semanais e o depoimento de mais de 190 testemunhas. As provas incluem exames médicos, mensagens de celular e gravações de áudio.

 

A morte de Maradona gerou uma comoção nacional na Argentina e repercutiu mundo afora. Seu velório, realizado na Casa Rosada, reuniu centenas de milhares de fãs antes do enterro em Bella Vista, nos arredores de Buenos Aires.

Bahia Notícias

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