Tabagismo continua sendo o principal fator de risco para o surgimento da doença
Apesar de cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão serem causados pelo tabagismo, o crescimento da doença entre pessoas que não tiveram contato com o cigarro tem preocupado especialistas. Novas pesquisas realizadas têm apontado que o tabagismo passivo e a poluição das grandes cidades podem ser a causa dessa nova realidade.
Segundo um estudo publicado em abril pelo periódico científico The Lancet Respiratory Medicine, dos quase 2,5 milhões de casos de câncer de pulmão diagnosticados mundialmente em 2022, 194 mil (cerca de 8%) tinham a poluição ambiental como a provável causa. “A exposição prolongada à poluição do ar aumenta sim o risco do surgimento da doença, mesmo em quem nunca fumou”, corrobora o pneumologista Dr. José de Souza Almeida Neto (CRM-BA 27311 / RQE-BA 20349).
O médico alerta, porém, que o principal público afetado pelo tumor são pessoas acima de 50 anos, com histórico de tabagismo. “Fumar aumenta em muito o risco porque as substâncias da fumaça danificam as células do pulmão ao longo dos anos. Por isso, parar de fumar em qualquer fase da vida sempre vale a pena para a saúde”, reforça o pneumologista.
Avanço de casos em mulheres
Historicamente, o número de casos de câncer de pulmão é maior entre homens. Porém, segundo dados do portal Datasus, do Ministério da Saúde, a proporção de vítimas femininas tem aumentado bastante nos últimos 20 anos no Brasil, saltando de 32% em 2003 para 46% em 2023.
Dados do Ministério da Saúde podem ser uma das explicações para essa menor diferença de casos entre homens e mulheres. Segundo a pesquisa Vigitel, a porcentagem de homens fumantes no país caiu de 19,5% em 2006 para 11,7% em 2023. No mesmo período, também houve redução do tabagismo feminino, porém numa proporção menor, caindo de 12,4% para 7,2%. Além disso, como muitas vezes os efeitos do cigarro no surgimento do câncer de pulmão só acontecem anos depois, os números podem estar refletindo as consequências do aumento de fumantes mulheres que ocorreu nos anos 1970 e 1980.
Diagnóstico e tratamento
Por ser uma doença silenciosa, muitas vezes os sintomas do câncer de pulmão aparecem apenas quando o tumor já está em estágio mais avançado. Porém, ao notar o surgimento de sintomas como tosse persistente, escarro com sangue, falta de ar, perda de peso e dor no peito, o paciente deve buscar o acompanhamento de um pneumologista.
O diagnóstico da doença é feito através da tomografia do tórax e da biópsia, que confirma o tipo de tumor. Outros exames podem ajudar a definir o estágio da doença. Em Feira de Santana, o IHEF Imagem é um dos laboratórios que realizam esses exames de imagem, oferecendo toda a segurança e tecnologia de ponta para os pacientes.
Em relação ao tratamento para o tumor, ele pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias-alvo. “As chances de cura variam muito conforme o estágio da doença: quanto mais cedo o diagnóstico, melhores os resultados. Por isso, em caso de tosse persistente ou falta de ar, é muito importante buscar um especialista para fazer uma investigação das causas”, finaliza o pneumologista José Neto.