Psicopedagoga aponta caminhos para cuidar das emoções e evitar o silêncio dos estudantes
O Setembro Amarelo, mês dedicado à valorização da vida e à prevenção do suicídio, reforça um alerta que precisa chegar às salas de aula: cuidar das emoções desde cedo é tão importante quanto ensinar matemática ou português. Para psicopedagogos, incluir a educação emocional no currículo escolar é um passo essencial para formar crianças e adolescentes mais seguros, empáticos e preparados para lidar com os desafios da vida.
“Costumamos olhar apenas para o boletim escolar, mas esquecemos que, por trás das notas, existem sentimentos, inseguranças e sonhos”, afirma a psicopedagoga e CEO da Blue Clin, Roberta Batista. “Quando as dificuldades não são acolhidas, elas se transformam em um peso silencioso. Nosso papel é valorizar pequenas conquistas e criar espaços onde o aluno se sinta ouvido e respeitado.”
Estudos na área mostram que dificuldades de aprendizagem muitas vezes estão ligadas a frustrações, isolamento e baixa autoestima. Um mapeamento realizado pela Secretaria da Educação de São Paulo e pelo Instituto Ayrton Senna revelou que 70% dos estudantes do 5º, 9º ano e 3ª série do Ensino Médio relataram sintomas de ansiedade ou depressão. Uma pesquisa Datafolha (2023) apontou que 40% dos estudantes brasileiros precisam de apoio psicológico, mas apenas 23% conseguem acessar atendimento dentro das escolas.
A psicopedagogia, com sua escuta atenta e olhar sensível, ajuda a identificar sinais de sofrimento, promover diálogo e traçar estratégias de apoio que fortalecem a confiança dos estudantes.
Mais do que desenvolver o aprendizado cognitivo, valorizar as emoções forma indivíduos mais resilientes. “Cada aluno tem um tempo próprio e potencial único. Ao incentivar a expressão dos sentimentos, ajudamos a construir não apenas melhores estudantes, mas pessoas mais fortes para enfrentar a vida”, completa Roberta.