Salvador, 10 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Setembro Safira: Uso inadequado de lentes de contato pode causar sérios riscos à visão

Young woman holding contact lens on index finger with copy space. Close up face of healthy beautiful woman about to wear contact lens. Eyesight and ophthalmology concept.

No Setembro Safira, oftalmologista comenta sobre cuidados com lentes de contato e alerta que dormir com elas aumenta em até dez vezes o risco de úlcera de córnea

Setembro Safira é o mês de conscientização ao uso correto de lentes de contato. As lentes representam liberdade, praticidade e conforto, mas exigem responsabilidade para não se tornarem um risco à visão.

De acordo com o Dr. André Lopes, oftalmologista do IOBH – Instituto de Olhos de Belo Horizonte, uma das principais vantagens das lentes está no campo visual ampliado. “Enquanto os óculos apresentam a armação e áreas que podem limitar a visão periférica, a lente de contato cobre todo o eixo visual, proporcionando um alcance completo. Para a prática de atividades físicas, isso faz toda a diferença.” Além disso, ele destaca que a ausência do óculos em esportes de contato evita traumas e acompanha os movimentos naturais dos olhos, como a ciclotorção, que pode ser um desafio para quem tem astigmatismo.

O uso das lentes deve ser diário, mas nunca prolongado além do recomendado. “O ponto fundamental é não dormir com as lentes de contato. Esse hábito aumenta significativamente o risco de infecções e complicações oculares, sendo um dos erros mais comuns entre os usuários. De acordo com a American Academy of Ophthalmology (Academia Americana de Oftalmologia), dormir com lentes aumenta em até dez vezes o risco de desenvolver úlcera de córnea ”, alerta o especialista do IOBH.

Outro fator relevante é o impacto emocional e estético. “Se o paciente se sente incomodado com os óculos, é válido sim recorrer às lentes de contato. Muitas pessoas relatam melhora da autoestima, seja por motivos de grau elevado que distorcem o tamanho dos olhos nas lentes dos óculos, seja pelo uso estético, como lentes coloridas em casos de pacientes com um olho cego, buscando harmonia na aparência”, afirma o Dr. André.

O mercado oferece ainda diferentes tipos de lentes, cada uma indicada para necessidades específicas. As gelatinosas, explica o oftalmologista, são recomendadas para miopia, hipermetropia, astigmatismo e até para presbiopia, em modelos multifocais. Já as rígidas são usadas em córneas irregulares, como em casos de ceratocone, cicatrizes e queimaduras. Dentro desse grupo, as esclerais se destacam por permanecerem fixas, apoiadas na parte branca do olho, sendo uma boa opção para praticantes de esportes, já que não se deslocam durante o piscar.

No dia a dia, os cuidados básicos fazem toda a diferença. “É fundamental manter a lubrificação das lentes com lágrimas artificiais, já que o material precisa de água para se manter estável. Ao final do uso, elas devem ser higienizadas e armazenadas corretamente, sempre utilizando soluções específicas para cada tipo de lente”, reforça o Dr. Lopes.

Os riscos do mau uso são sérios. “Higienizar de forma inadequada, usar além do tempo indicado ou dormir com as lentes são práticas que podem levar desde um simples ressecamento ou arranhões até problemas mais graves, como úlceras de córnea. Esses quadros podem evoluir para perfurações oculares e sequelas definitivas na visão”, adverte o Dr. André.

E quando surgem situações inesperadas, como a do jogador do Porto que precisou de ajuda com a lente durante uma partida, o especialista tranquiliza: “Não existe a possibilidade de a lente se perder atrás do olho. O que pode acontecer é ela se deslocar para a parte superior da conjuntiva, mas é sempre possível recuperá-la em uma avaliação médica”.

Para quem ainda usa óculos e pensa em migrar para as lentes de contato, a recomendação é clara: buscar sempre acompanhamento profissional. “Infelizmente ficou popular nos últimos anos comprar lentes por conta própria, sem orientação médica. Isso é um erro grave. Testar as lentes é sempre válido, mas desde que seja feito com o profissional adequado, garantindo segurança e preservando a saúde ocular”, conclui o Dr. André Lopes, oftalmologista do IOBH – Instituto de Olhos de Belo Horizonte.

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