Integrantes da principal torcida organizada do Vitória foram ao Centro de Treinamento Manoel Pontes Tanajura, na tarde desta quarta-feira (27), para cobrar o elenco após a goleada por 8 a 0 sofrida diante do Flamengo, no último fim de semana. A reapresentação da equipe marcou o primeiro contato direto com os torcedores desde a derrota histórica.
No retorno a Salvador, a delegação rubro-negra havia deixado o aeroporto por uma saída restrita, sem encontrar torcedores. Dessa vez, os organizados interromperam a primeira atividade comandada pelo técnico interino Rodrigo Chagas, que assumiu após a demissão de Fábio Carille. Jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes ouviram as críticas nas arquibancadas do CT. O protesto não registrou atos de violência.
Durante o discurso, um representante da organizada afirmou que os atletas “mancharam a história” do clube e classificou a postura da equipe como “covarde”:
“Estou aqui em nome de milhares de torcedores envergonhados. Uma coisa é incompetência, mas covardia não dá para aceitar. Vocês recebem salários em dia, de R$ 200 a R$ 300 mil, enquanto torcedor passa fome para ir ao estádio. Depois do jogo contra o Flamengo ficou claro que não é incompetência, é covardia. Vocês foram frouxos, estragaram a vida da gente e deveriam ter vergonha.”
O representante ainda destacou a falta de combatividade do time na partida no Maracanã. Enquanto o Flamengo cometeu 17 faltas, o Vitória fez apenas seis.
“Vocês tomaram 8 a 0 e não tiveram coragem nem de dar porrada. Nem em um baba eu aceito tomar três ou quatro de ninguém. Se não dá no talento, vai na raça. Mas vocês aceitaram passivamente. Agora essa goleada fica para sempre na história do clube, e isso é inaceitável.”
O Vitória volta a campo neste fim de semana pressionado pela torcida e ainda sob o comando interino de Rodrigo Chagas.