Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Uso excessivo de descongestionante nasal pode aumentar risco de infarto, alerta cardiologista

Com o aumento de dias mais secos, o uso de descongestionantes nasais se torna comum entre pessoas que sofrem com rinite, sinusite ou simplesmente querem aliviar aquela sensação de nariz entupido. No entanto, o uso frequente desses medicamentos, e sem orientação, pode trazer sérios riscos à saúde, incluindo problemas cardiovasculares, como o infarto do miocárdio.

Segundo o cardiologista e coordenador do curso de Medicina da Faculdade Pitágoras, Dr. Leandro Jardim, o que pouca gente sabe é que os descongestionantes agem de forma sistêmica, podendo interferir diretamente na saúde do coração. “Esses medicamentos contêm substâncias vasoconstritoras, como a nafazolina, fenilefrina ou oximetazolina. Elas contraem os vasos sanguíneos nas mucosas nasais, o que reduz o inchaço e melhora a respiração. O problema é que essa ação não se restringe apenas ao nariz, já que o efeito vasoconstritor também pode atingir outros vasos do corpo, incluindo os que irrigam o coração”, explica.

Leandro aponta que, quando absorvido pelo organismo, o descongestionante pode elevar a pressão arterial, aumentar a frequência cardíaca e provocar um esforço adicional no sistema cardiovascular. “Pessoas com predisposição a doenças cardíacas, hipertensos ou idosos correm mais risco. Em alguns casos, o uso contínuo desses medicamentos pode causar crises hipertensivas e, em situações extremas, levar a arritmias ou até infartos,” alerta o médico.

Para que serve e quando usar com segurança

Os descongestionantes nasais são indicados para o alívio temporário da congestão provocada por gripes, resfriados, rinite alérgica ou sinusite. O ideal, segundo o especialista, é limitar o uso a no máximo 3 a 5 dias consecutivos. “Após esse período, o organismo pode desenvolver um efeito rebote, ou seja, o nariz volta a entupir ainda mais, levando o paciente a usar o remédio com mais frequência e iniciar um ciclo de dependência,” salienta Leandro Jardim.

Entre os principais riscos associados ao uso contínuo estão aumento da pressão arterial, taquicardia, ansiedade, insônia, dependência nasal (uso crônico), agravamento de doenças cardiovasculares preexistentes ou ainda infarto do miocárdio em casos mais graves, como já mencionado.

Dr. Leandro Jardim reforça que o descongestionante não deve ser a primeira escolha para tratar congestão nasal. Lavagens nasais com soro fisiológico e tratamento das causas alérgicas ou infecciosas são mais seguros e eficazes a longo prazo. “O melhor caminho é sempre buscar orientação médica. O uso indiscriminado, mesmo de medicamentos de venda livre, pode ter consequências graves. Quem tem histórico de hipertensão ou problemas cardíacos deve evitar o uso sem liberação do médico,” finaliza.

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