Salvador, 9 de outubro de 2025
Editor: Chico Araújo

Estresse crônico pode agravar dores da fibromialgia, alerta especialista

Sobrecarga emocional interfere diretamente na qualidade de vida de quem convive com a síndrome

O estresse crônico não é apenas um incômodo passageiro: ele pode ser um dos principais fatores de risco para o agravamento de doenças dolorosas. No dia 23 de setembro, quando se celebra o Dia Mundial de Combate ao Estresse, a data reforça a importância de observar com atenção os impactos que a sobrecarga emocional causa na saúde física e mental. Entre as condições mais afetadas está a fibromialgia, síndrome que atinge cerca de 3% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Emanuela Pimenta, reumatologista da Clínica Ceder e vice-presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia, aponta que a exposição contínua ao estresse altera a forma como o organismo processa a dor. Ela explica que isso ocorre porque o estresse prolongado afeta o sistema nociceptivo, responsável pela percepção da dor, e interfere em neurotransmissores como serotonina e noradrenalina, essenciais para o equilíbrio do humor e a regulação da dor.

A especialista lembra que a fibromialgia é uma síndrome complexa, sem cura, caracterizada por dor difusa, fadiga intensa, distúrbios do sono, dificuldades de memória e concentração, além de sintomas emocionais como ansiedade e depressão. De acordo com a médica, pacientes que não tratam adequadamente a saúde mental tendem a apresentar uma piora significativa da dor.

“A intensificação da dor associada à depressão não se limita a um aspecto psicológico; trata-se de uma resposta neurobiológica complexa. É preciso desconstruir a ideia de que a dor seria apenas ‘psicológica’ e reconhecer o papel direto dos neurotransmissores nesse processo. A fibromialgia é uma condição em que corpo e mente estão profundamente conectados”, reforça.

Tratamento integrado

O cuidado com a fibromialgia deve ir além do alívio dos sintomas físicos. A reumatologista ressalta que o tratamento geralmente combina terapia medicamentosa, psicoterapia, atividade física supervisionada e técnicas de manejo do estresse, estratégias que, em conjunto ajudam a melhorar a qualidade de vida.

“Cuidar da saúde emocional também é uma forma de prevenir e amenizar a dor crônica. Reconhecer os sinais do estresse, buscar apoio profissional e adotar hábitos de vida saudáveis são passos fundamentais para quebrar o ciclo de dor e sobrecarga emocional”, orienta a médica.

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