Zoonose provoca feridas e úlceras na pele que não cicatrizam
Uma micose causada por fungos do gênero Sporothrix e que pode atingir tanto animais quanto humanos têm preocupado a população de Feira de Santana. De acordo com dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), entre janeiro e maio deste ano, o ambulatório de infectologia do município realizou mais de 25 atendimentos em pessoas de 2 a 73 anos com esporotricose.
Como o fungo é encontrado no solo e em matéria orgânica em decomposição, a chamada doença de jardineiro afeta os humanos após o contato com a pele ou mucosa, através de ferimentos motivados por espinhos, palha e lascas de madeira. Animais infectados, como gatos, cães, cavalos e espécies silvestres, também são transmissores.
“A esporotricose ocorre por inoculação traumática – seja via mordeduras e arranhaduras de animais contaminados, que podem carregar o Sporothrix nas unhas e na cavidade oral, ou pelo contato direto com secreções de lesões cutâneas”, explica Juliary Correia, médica veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Salvador (UNIFACS).
Formas de tratamento
Assim como os pets devem ser encaminhados ao veterinário, os indivíduos que apresentam lesões suspeitas precisam procurar auxílio médico o mais rápido possível. Juliary Correia alerta que feridas e úlceras na pele, com aspecto úmido e que não cicatrizam, são sintomas iniciais da infecção. Após avaliação e confirmação, o tratamento com uso de medicamentos antifúngicos é iniciado.
O processo de combate pode durar de três a seis meses, chegando a um ano em alguns casos. “O tratamento costuma ser prolongado e deve ser mantido por, no mínimo, 30 dias depois da cura clínica, a fim de garantir a eliminação completa do fungo”, ressalta.
Além da disseminação, aumentando os riscos à saúde pública, a ausência de acompanhamento profissional leva à progressão da doença. Em situações graves, acomete órgãos, ossos, articulações e até o sistema nervoso.
Como prevenir?
Por conta dos hábitos de cavar a terra para enterrar as fezes, afiar as unhas em árvores e arranhar durante brigas, os gatos são os maiores transmissores da zoonose. Para evitar a exposição ao fungo, tanto de felinos quanto de humanos, a professora da UNIFACS cita medidas preventivas que podem ser adotadas pela população:
Telar as residências para evitar a entrada de animais de rua;
Manter os gatos domésticos em ambiente controlado, sem acesso livre às ruas;
Utilizar luvas sempre que houver necessidade de manipular animais com suspeita da doença;
Realizar atividades de jardinagem e manuseio de solo com luvas e roupas de manga longa.
Sobre a UNIFACS
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