Salvador, 8 de dezembro de 2025
Editor: Chico Araújo

Queda está entre as principais causas de óbitos em pessoas 65+ no Brasil; veja como prevenir

Apontados pelo Ministério da Saúde como a terceira causa de mortalidade entre pessoas com mais de 65 anos no Brasil, os acidentes provocados por quedas já resultaram no óbito de mais de 70 mil idosos entre 2013 e 2022. Esse dado reforça a necessidade de alertar a população sobre a importância de medidas preventivas.

Fisioterapeuta e coordenadora de Reabilitação da Clínica Florence Unidade Salvador, Flaviane Ribeiro explica que alguns fatores de risco estão relacionados ao próprio idoso, como idade avançada, doenças crônicas, fraqueza muscular, alterações sensoriais e distúrbios de equilíbrio. Mas também há fatores ligados ao ambiente, como iluminação inadequada, tapetes soltos e calçados impróprios.

Outro grupo importante de fatores está relacionado ao uso de medicamentos. “O uso de muitos remédios ao mesmo tempo aumenta significativamente o risco de quedas, especialmente quando envolve sedativos, hipnóticos, antidepressivos, antipsicóticos e medicamentos que causam queda de pressão, como alguns anti-hipertensivos”, complementa.

Sinais de alerta

Flaviane Ribeiro destaca que mudanças sutis no comportamento, na mobilidade e no ambiente do idoso, a exemplo da dificuldade para andar, levantar-se ou manter o equilíbrio, uso frequente de móveis como apoio, queixas de tontura, fraqueza nas pernas e alterações na postura, são sinais de alerta a serem percebidos, principalmente por pessoas que convivem com esse idoso.

“Aspectos mentais e emocionais, como medo de cair, confusão ou lapsos de memória, também elevam o risco. Ao notar esses sinais, os familiares devem buscar orientação médica, revisar medicamentos, incentivar a prática de exercícios leves e adaptar a casa para torná-la mais segura”, reforça.

Quedas no ambiente de trabalho

Apesar de afetar com recorrência idosos em ambientes domésticos, as quedas também são uma das causas mais comuns de acidentes no ambiente de trabalho. No setor da Construção Civil, por exemplo, as principais causas de acidentes estão relacionadas à queda de altura, soterramento e choque elétrico, segundo dados do sistema eSocial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Há um ano e cinco meses, no que parecia ser um dia normal de trabalho, Danilo Lopes teve a sua vida mudada ao cair de um telhado enquanto realizava serviços de telecomunicação. Após a queda, o pernambucano teve todos os membros do corpo paralisados, passando cerca de 20 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital em Recife.

O rapaz foi transferido para a Clínica Florence Unidade Recife, onde iniciou o seu processo de reabilitação. “A equipe da Florence foi um dos principais motivos que me ajudaram a passar por este momento. Desde médicos, fisioterapeutas até psicólogos, esse apoio foi fundamental durante o processo”, destaca.

Apesar do desenvolvimento satisfatório no processo de reabilitação, Danilo conta que ainda enfrentará uma longa jornada pela frente para uma recuperação completa e ressalta a importância do apoio psicológico. “Só de pensar na vontade de viver, isso já alavancava tudo. Sempre fui muito intuitivo, eu gostava das minhas correrias, do meu trabalho, das minhas viagens e, claro, da minha filha. Então, essas foram as minhas motivações para persistir nessa jornada”, conta.

O que fazer em caso de quedas

Em situações de queda, Flaviane Ribeiro reforça que é importante manter a calma e agir com cuidado para evitar agravamento de possíveis lesões. “É fundamental verificar se o acidentado está consciente e se há sinais de dor intensa, possíveis sangramentos, inchaços ou deformidades, principalmente em regiões como quadris, punhos, cabeça ou tornozelos. Se houver qualquer suspeita de fratura ou lesão grave, o ideal é não movimentar a vítima e acionar imediatamente o serviço de emergência médica”, orienta.

Em relação aos idosos, além do atendimento imediato, a fisioterapeuta reforça que é essencial investigar as causas da queda para prevenir novos episódios. Observar o ambiente, revisar os medicamentos em uso, avaliar a visão e o equilíbrio, além de conversar com o próprio idoso sobre como se sentiu antes da queda, são medidas essenciais para compreender o que aconteceu e ajustar os cuidados.

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